Destas coplas que sabem de tudo
Sabe copla tanto de min pelas horas de mate
Ficou sabendo do meu pranto e meu bem querer.
Nas sombras copadas pelo costado da guitarra
Contei pra ti coisa pra não esquecer e poder viver
Na bordona mesquinha no embalo de um chamamé
Costeei a lida ainda pelo alvorecer.
Não deixei morrer que queria e o que não prestava
Deixei ao sol secando ao poucos ou perdido.
Já tive olhos perdidos tristes e na copla molhei
Folhas de vida dando sentido depois das partidas.
Sabendo que na alma escrevente deixei o tempo
Dar-me todo o sentindo da vida em sua guarida.
Não sei de onde ser que vem?
Mas somente sei que por ela resguarda a melhor parte
Que tenho dentro do peito mesmo em dor de alma
Usei de ti pra falar e contar pela boca dos outros em arte.
Em canto de vida e sonho rebojando a lida do dia
Assoviando uma coplinha buena e curta na hora do aparte.
De pronto às vezes nasce aporreada sem costeio
Sem jeito fugida como se saísse dos potreiros
Coiceando pelo corredor, e descer ladeira abaixo.
E na mesma mão que aperta o bocal sai a copla por inteiro
Pela hora de mate solito lembrando-se dos olhos serenos
N’algum sonho moreno, pelo floreio da guitarra campeira.
Sem medo do que saia pelo olhar debaixo das abas do chapéu.
E mesmo assim pelo deus supremo sai pelo cheiro das flores
Essa copla bordada em alma e em luz de vida.
Somente ela sabendo das veredas e das noites solitas
Costeando sonhos em flor perdidos sem partidas.
Somente sei que por ela tenho em luz de lá de cima
O acalanto por uma copla simples de vida e guarida