Ainda te descubro
Ainda te descubro
Ainda te descubro.
Ainda vou decifrar teus códigos, teus medos, teus tempos.
Vivemos, é verdade, em tempos distantes e distintos.
Vivemos entre abraços diferentes, entre abraços indecentes
A conformidade do inusitado me confunde
Regresso ao tempo que não vivi pra entender o presente
Sorrio diante do que aceito sem muito compreender
Sou apenas um espectador
Agora te olho com outros olhos, outras mãos
O piscar dos teus olhos ainda me confude
Desponta o desejo de explorar mais você
Desconto o tempo em que não te conheci
Encontro os sonhos descobertos sob o sereno
Os cubro de desejos e segredos
Os cubro de outonos e de beijos
A hora nos marca numa data incerta
Agora me vou diante da viagem que me resta
Agora me encanto diante dos medos que me restam
Agora o incerto se descobre em versos
Agora estou diante de ti em plena forma
Distingo o presente do que não é normal
Disfarço sem compreender direito o que vivo
Atendo ao gosto que sinto no teu corpo
Te toco longamente em descoberta, em gosto
Teu paladar agora é o meu sabor
Tua entrega acendeu o que pode ser um ventre
Antes que entre o vento frio pela frestas
Te aqueço nos versos quase sem rima
Exprimo minha vontade do amanhã, do futuro
Longe é o longe onde você não se vê
O agora não é o bastante
Adiante temos nossos tempos
Paulo Mauricio