Ainda te descubro

Ainda te descubro

Ainda te descubro.

Ainda vou decifrar teus códigos, teus medos, teus tempos.

Vivemos, é verdade, em tempos distantes e distintos.

Vivemos entre abraços diferentes, entre abraços indecentes

A conformidade do inusitado me confunde

Regresso ao tempo que não vivi pra entender o presente

Sorrio diante do que aceito sem muito compreender

Sou apenas um espectador

Agora te olho com outros olhos, outras mãos

O piscar dos teus olhos ainda me confude

Desponta o desejo de explorar mais você

Desconto o tempo em que não te conheci

Encontro os sonhos descobertos sob o sereno

Os cubro de desejos e segredos

Os cubro de outonos e de beijos

A hora nos marca numa data incerta

Agora me vou diante da viagem que me resta

Agora me encanto diante dos medos que me restam

Agora o incerto se descobre em versos

Agora estou diante de ti em plena forma

Distingo o presente do que não é normal

Disfarço sem compreender direito o que vivo

Atendo ao gosto que sinto no teu corpo

Te toco longamente em descoberta, em gosto

Teu paladar agora é o meu sabor

Tua entrega acendeu o que pode ser um ventre

Antes que entre o vento frio pela frestas

Te aqueço nos versos quase sem rima

Exprimo minha vontade do amanhã, do futuro

Longe é o longe onde você não se vê

O agora não é o bastante

Adiante temos nossos tempos

Paulo Mauricio

Paulo Mauricio
Enviado por Paulo Mauricio em 06/11/2012
Reeditado em 08/11/2012
Código do texto: T3972708
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