O encontro das águas

Nos encontramos pelas linhas e fios invisíveis

Um chamado, um toque, um sinal

Nos saudamos pela saudade que nos é igual

Escorremos nossas mãos nas palavras sensíveis

que delatam os desejos que nos pertencem

Nos encontramos pelas linhas das nossas mãos,

pela seiva vital que escorre por nossos corpos

infestados da sede do vinho que transborda nos copos

dos nobres, dos poetas, dos apaixonados, dos foliões,

dos que se entregam as festas.

Nos encontramos na medida exata sem padrão.

Há um aroma de cio perfumado que se mistura no ar,

com o cheiro acre-doce das flores que vêm de lá.

Sim. É de lá.

Das nascentes dos rios brancos e claros, que vão levar

um pouco do tesouro das minas de ouro pro mar

Nos encontramos no encontro das águas, na mistura das águas

Quando o sabor é um só.

Paulo Mauricio