Na fumaça do mate
Na fumaça que levanta do mate
Vai dissipando segredos do coração.
Coplas da lida e da vida e de algo em flor
Recosta-se as vezes pelo canto do galpão
Guardando sonhos por sua alma buena
E gosto de beijo da morena do rincão.
Fumaça sobe misturada as verdades
Que carrego dentro de min solito.
Mostra pra quem tem alma que é
Bem mais que fumaça indo pra o infinito.
Sabes das lembranças de olhares matreiros
Sonhos morenos de preendas bonitas.
Vai aconselhando e acalantado o índio
Mais matreiro por sua alma.
Faz o mais quebra e o mais maula
Sentar-se em calma.
E mirar longe na imagem dos corredores
Que pela vida espalma.
No infuso mais antigo que talvez nosso tempo
Apreendeu ser conselheiro sem falar nada.
Apreendeu as coisas mas simples da vida
De domas pelas beiras de estradas
De luas e alma andarilhas de sonhos de morenas
Que pintam em cores as ramadas.
O mesmo mate, a mesma fumaça que levanta
Pra cima levando talvez pra o céu...
Tudo que faz agente em dessossego e desapego
Por esta vida neste mundéu.
Sabendo da coplas que escondo as vezes
Pelas ideias debaixo do chapéu.