Depois das lidas

Se pelo choro das minhas garras

Que riscando a terra vão contando

Coplas e ressabio de poveiros

Assim solitas lamentando.

No mais, vai saindo de min indo.

Em direção ao povoado.

Sobrou além destas distâncias

Já se tornando tão minha e tão ternas.

Sigo enfim sob a cruz de um potro

Que às vezes se desgoverna

Neste rumo de campo que leva

Além dos matos e dos olhos das morenas.

Faltou um seguir de alma pela força

Dos braços das almas andarilhas e noiteiras.

Foi mais um potro que soube de rumos

Dos povoados e madrugadas inteiras,

Nos destinos que carrego solito por dentro

Destas cismas chamameceiras.

Às vezes pelo choro dolente destas puas

Assim segue alumbrando sonhos.

Pra depois em um mate já lavado e madrugueiro

Resguardar silêncios do fundo dos olhos.

Deixando além de um rumo de poveiro que

Sem quere ensino a potros alheios.

Na minha alma solita e vivente deste mundo de hoje

Tece coplas de dentro do peito e da vida.

Saem pedaços de minha alma andeja hoje assim

Depois das longas e silenciosas partidas.

Se desgastando os dias e potros que se enfrenam

Ouvindo o choro das puas pelas voltas depois da lida.

Ginete
Enviado por Ginete em 22/10/2012
Código do texto: T3947033
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.