Nas lembranças alem dos portões
Será que pelo portão da frente do galpão
Tenha guardado os sinais das partidas
Nestas lembranças já esquecidas
Pelos olhos do tempo no coração?
Os cuscos fazem retoço pela frente portão
Parecendo que vem chegando alguém...
É só um que cruza ao tranco largo no rumo alem
Talvez siga abrindo rastros por o chão do rincão...
E vida se para pelos meus olhos de campo
Cuido estas lembranças que foram além...
No semblante guardo alguma coisa que vem
Dentro da alma pela porteira do tempo.
Parecendo que diz pra min, nestas lembranças.
Que ainda vejo os sinais dos cascos
Pela frente ainda ficaram sinais dos tacos
Das botas que levaram além destas distâncias...
Ficou nos meus olhos mirando as partidas
Com esperas por reponte guardadas na alma
Num grito prendido por um gole de mate em calma
Mudando o sentido das horas cuidando da vida...
Sabendo que pelo galpão ficou enfrenando
Mudando o meu destino pelas pernas do freio
Guardando no memorial do coração aqui pelo meio
Alguma copla livre de algum mandado.
Dando sentido as razões nos caminhos alem do portão
Que da vasa pra o mundo nas dores e sonhos
Ficando guardados bem nos fundos dos meus olhos
Mirando além da porta do meu galpão.