Nas lembranças alem dos portões

Será que pelo portão da frente do galpão

Tenha guardado os sinais das partidas

Nestas lembranças já esquecidas

Pelos olhos do tempo no coração?

Os cuscos fazem retoço pela frente portão

Parecendo que vem chegando alguém...

É só um que cruza ao tranco largo no rumo alem

Talvez siga abrindo rastros por o chão do rincão...

E vida se para pelos meus olhos de campo

Cuido estas lembranças que foram além...

No semblante guardo alguma coisa que vem

Dentro da alma pela porteira do tempo.

Parecendo que diz pra min, nestas lembranças.

Que ainda vejo os sinais dos cascos

Pela frente ainda ficaram sinais dos tacos

Das botas que levaram além destas distâncias...

Ficou nos meus olhos mirando as partidas

Com esperas por reponte guardadas na alma

Num grito prendido por um gole de mate em calma

Mudando o sentido das horas cuidando da vida...

Sabendo que pelo galpão ficou enfrenando

Mudando o meu destino pelas pernas do freio

Guardando no memorial do coração aqui pelo meio

Alguma copla livre de algum mandado.

Dando sentido as razões nos caminhos alem do portão

Que da vasa pra o mundo nas dores e sonhos

Ficando guardados bem nos fundos dos meus olhos

Mirando além da porta do meu galpão.

Ginete
Enviado por Ginete em 26/08/2012
Código do texto: T3850119
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