NO IBICUI DA ARMADA
Depois que passo a semana
Lidando com a potrada
Visto minha pilcha de gala
E farejo o rumo da estrada
Boto a cordeona no lombo
Alço a perna de mansinho
E o pingo sai ao tranquito
Pois já conhece o caminho
Se “bamo” cortando campo
Na linda noite estrelada
Até esbarrar num rancho
Lá no Ibicui da armada
Ligeirito e sem rodeio
Dou-lhe de mão na cordeona
E acarco-lhe uma vanera
Daquelas bem temporona
Enquanto a cordeona ronca
Mesmo que cachaço alçado
A gauchada corcoveia
No pó do salão lotado
E assim se vão "retrechando"
Na vanera noite afora
Até que o pago se acorde
No brilho da nova aurora
Então emalo a cordeona
Depois que agradeço ao povo
E parto já com saudade
De voltar tocar de novo
Volto ao tranco pra fazenda
Retomo a lida campeira
Com a alma ginetiando
No lombo de uma vanera
O Rio Grande se balança
Na chama azul dos candeeiros
Quando arregaço esta gaita
Lá no Piquete os Parceiros