NOS BAILES DE LIVRAMENTO
Eu ergui o meu focinho
E farejei contra o vento
Um fandangaço cuiudo
Pras bandas de Livramento
Me larguei pra o entrevero
Deixando um rastro de pó
Pra “frouchá” as polpas dançando
E derretendo os mocotó
Cheguei de chapéu tapeado
Larguei o pala no ombro
Catei na sala uma prenda
E se “atraquemo” abrindo rombo
Os candeeiros balançavam
Nos bufidos da cordeona
E eu também me embalava
Nos braços desta “siá dona”
Enquanto o povo faceiro
Não refugava uma marca
O gaiteiro só escutava
“Floreia” outra e “acarca”
"Oigalê" baile "buenacho"
De violão, gaita e pandeiro
É uma pintura "baguala"
Deste rio grande campeiro
Dois dias e duas noites
Passei espalhando as patas
E corcoveando na sala
Pealei a tristeza ingrata
Até ajeitei uma prenda
Pra enfeitar minha encilha
E ser dona do meu rancho
Lá na costa da coxilha
Nos bailes de Livramento
Nem “véio” sente canseira
E o povo dança pachola
Tironeando na peiteira
Que até casório acontece
Entre o “tranquear” da vanera