Lembranças de galpão
Ficou no memorial do galpão
Lembranças dos potros de boca atada
E um saudade no dentro do coração
Que pega as estradas assim do nada.
Sigo enfrenando e ajeitando rebeldias
De potros que vem pra o arrocho do bocal
Pra firmar a boca com esperas tardias
Seguindo pelo corredor cuidando do macegal
Recordo-me dos ensinamentos pra enfrenar
Pra não puxar na hora errada no governo
Que pode ter um bocal no destino de andar
Na lembrança que pra min se torna, terna.
E quando firmo a perna pra buscar a volta,
Vejo na imagem da frente do galpão
Me avô com os cuscada da escolta
A me olhar a montar do lado do moirão.
Ficando pelo golpe agora certo na boca
A lembrança de quando pela ramada
Apreendia sobre potros de anciãs loucas
Pra cumprir o serviço estendendo na estrada.
Hoje quando encilho mais um de boca atada
Com rendilha pressas em algum redomão
Largo-me num tranco firme pela estrada
Lembrando dos ensinamentos do galpão.