Lembranças de galpão

Ficou no memorial do galpão

Lembranças dos potros de boca atada

E um saudade no dentro do coração

Que pega as estradas assim do nada.

Sigo enfrenando e ajeitando rebeldias

De potros que vem pra o arrocho do bocal

Pra firmar a boca com esperas tardias

Seguindo pelo corredor cuidando do macegal

Recordo-me dos ensinamentos pra enfrenar

Pra não puxar na hora errada no governo

Que pode ter um bocal no destino de andar

Na lembrança que pra min se torna, terna.

E quando firmo a perna pra buscar a volta,

Vejo na imagem da frente do galpão

Me avô com os cuscada da escolta

A me olhar a montar do lado do moirão.

Ficando pelo golpe agora certo na boca

A lembrança de quando pela ramada

Apreendia sobre potros de anciãs loucas

Pra cumprir o serviço estendendo na estrada.

Hoje quando encilho mais um de boca atada

Com rendilha pressas em algum redomão

Largo-me num tranco firme pela estrada

Lembrando dos ensinamentos do galpão.

Ginete
Enviado por Ginete em 03/07/2012
Reeditado em 26/08/2012
Código do texto: T3758014
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