ASSIM ERA ESTE RIO GRANDE

Sinto saudades do tempo

Que eu andava nas picadas

Porque por estes rincões

Eram poucas as estradas

E pra o lado que eu saia

Eu encontrava ramadas

Aonde vendiam canha

E o taura fazia manha

Nos dias de carreirada

Lembro com muita saudade

Dos dias de marcação

Das grandes levas de gado

Das domas de redomão

Da cambona companheira

Do velho fogo de chão

E dos bailes de nego macho

Nos bufidos da oito baixo

Nas ramadas e galpões

Lembro o antigo rio grande

Um berçário de maravilhas

Do peão na lida infinita

Tocando tropas nas trilhas

E do minuano assobiando

Sobre o topo da coxilha

Mostrando a realidade

Do grito de liberdade

Na epopéia farroupilha

Nalgum festival de rimas

No dedilhar de um violão

No canto do quero-quero

Num entrevero de facão

No choro de uma cordeona

No sofrimento do peão

Esta estampada a esperança

De que os moços e as crianças

Cultivem a tradição

Assim era este rio grande

Que me alegra o coração

E as rimas brotam da mente

Igual as ervas do chão

Retratando na escrita

A nossa bela tradição

E a alma guapa se expande

Divulgando meu rio grande

No fole da de botão

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 27/06/2012
Código do texto: T3748242
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