ASSIM ERA ESTE RIO GRANDE
Sinto saudades do tempo
Que eu andava nas picadas
Porque por estes rincões
Eram poucas as estradas
E pra o lado que eu saia
Eu encontrava ramadas
Aonde vendiam canha
E o taura fazia manha
Nos dias de carreirada
Lembro com muita saudade
Dos dias de marcação
Das grandes levas de gado
Das domas de redomão
Da cambona companheira
Do velho fogo de chão
E dos bailes de nego macho
Nos bufidos da oito baixo
Nas ramadas e galpões
Lembro o antigo rio grande
Um berçário de maravilhas
Do peão na lida infinita
Tocando tropas nas trilhas
E do minuano assobiando
Sobre o topo da coxilha
Mostrando a realidade
Do grito de liberdade
Na epopéia farroupilha
Nalgum festival de rimas
No dedilhar de um violão
No canto do quero-quero
Num entrevero de facão
No choro de uma cordeona
No sofrimento do peão
Esta estampada a esperança
De que os moços e as crianças
Cultivem a tradição
Assim era este rio grande
Que me alegra o coração
E as rimas brotam da mente
Igual as ervas do chão
Retratando na escrita
A nossa bela tradição
E a alma guapa se expande
Divulgando meu rio grande
No fole da de botão