TORMENTA BRABA
O dia quente e bonito
Num upa “enferrusca” a fuça
Se fecha de “sopetão”
E um vendaval se debruça
Se alvoroça a bicharada
O vento chega assobiando
E uma trovoada cuiuda
Deixa o galpão balançando
Relampeia de cobrinha
De “ceguiá” os “zóio” da gente
E um raio atora no meio
O cinamomo da frente
O galinheiro das frangas
Da um estalo e alça vôo
E o cusco perdi de vista
Nem mesmo escuto o “acôo”
A cavalhada e o gado
Se perderam campo afora
E eu, a china e os piás
“Tentiando” a sorte caipora
O velho muro de pedra
Caiu por sobre o chiqueiro
Matando a porca, os leitões
E um burro-chó no potreiro
Eu invoco Santa Bárbara
E numa prece me plancho
Enquanto o vento reboja
E arranca a “quincha” do rancho
Enfio em baixo da mesa
A minha piazada e a “muié”
Por que do velho galpão
Ta só os esteios de pé
Êta tormenta das brabas
Credo em cruz nossa Senhora
Santa Bárbara me ajude
Que esta um inferno lá fora
Faça acalmar este vento
Pois é “grongueiro” o estrago
Por que o diabo esta “aluado”
E redemoinhando no pago