TORMENTA BRABA

O dia quente e bonito

Num upa “enferrusca” a fuça

Se fecha de “sopetão”

E um vendaval se debruça

Se alvoroça a bicharada

O vento chega assobiando

E uma trovoada cuiuda

Deixa o galpão balançando

Relampeia de cobrinha

De “ceguiá” os “zóio” da gente

E um raio atora no meio

O cinamomo da frente

O galinheiro das frangas

Da um estalo e alça vôo

E o cusco perdi de vista

Nem mesmo escuto o “acôo”

A cavalhada e o gado

Se perderam campo afora

E eu, a china e os piás

“Tentiando” a sorte caipora

O velho muro de pedra

Caiu por sobre o chiqueiro

Matando a porca, os leitões

E um burro-chó no potreiro

Eu invoco Santa Bárbara

E numa prece me plancho

Enquanto o vento reboja

E arranca a “quincha” do rancho

Enfio em baixo da mesa

A minha piazada e a “muié”

Por que do velho galpão

Ta só os esteios de pé

Êta tormenta das brabas

Credo em cruz nossa Senhora

Santa Bárbara me ajude

Que esta um inferno lá fora

Faça acalmar este vento

Pois é “grongueiro” o estrago

Por que o diabo esta “aluado”

E redemoinhando no pago

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 27/06/2012
Código do texto: T3748234
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