Dessas saudades de fazer coplas
Ainda faço coplas por teus olhos.
Relembro todos os dias de tudo que passou
De alguma copla e de alguma coisa que sonhou
Mirando junto com usté os astros...
Mas o tempo corre mais rápido que meus potros
Que possam fazer costado a essa saudade.
Que delas são xucras essas verdades
Que pastejam mirando os astros.
Enquanto mateio ou campeam procurando um bolicho
Que pela boca da linha se fez norte de pois das partidas.
Assim me fui... ao tranco firme da boca costeando a vida
Pelos descaminhos de noites negras sem querer cambichos
Deixando as saudades potrilhas outras mais potras
Irem vindo com jeitos de manhas quando aperto os bastos
Mirando alem da aurora também essa saudade pela boca dos matos
Que seguem hora ou vezes por outras...
Mirando ainda essas saudades que ainda me fazem coplas pra ti
Num segundo me paro perto, noutro bem longe.
Ajeitando a alma numa coplinha saudosa com jeitos de monge
Alguma que esvai uma solita por um assovio por si.
Num olhar já dolente procurando alguma nota num pinho
Sabendo das saudades que vem como potros.
Que ajeito pra nos domingos estender com outros
Rumos nos bastos de outros sabendo de minhas coplas dos descaminhos.
Que lá ao longe pesada magoa resmungona sem doma.
De não poder dizer mais que sinto pra perto dos teus olhos
Por isso os meus ficam úmidos as vezes molhos...
Lembrastes das noites e dias que passei com a queromanas
E no meu olhar de fazer coplas segue no corredor
Que machucam fundo essa saudade inerte
Lentamente numa coplinha que longe vem verte
Por as mãos de um sonho de noite e luna num olhar domador
Que ficou ainda procurando pelas léguas de enfrena potro
E depois seguem num silêncio perdido.
Ficando a lembranças mal dormidas de algo longe vivido
Na lembrança de teus olhos junto aos astros.