Nas lembranças da frente do galpão
Pela imagem do ramadão que tem pela frente do galpão
Corre um guri que vive em meu coração que pela alma
Agora resguarda nos meus olhos pra horas calmas
Que na hora que um pinho charla das coisas do coração.
Relembro a olhos vivo do tempo que meus bastos
Eram só pra correr carreira na volta da escola
E pra carregar o leite na bolsa de sola.
E no rumo do tempo ficaram esses rastros.
Impressos pela frente do meu galpão.
Que emoldurou minha tropa de osso
Que pra minha alma de guri era um colosso
Mas não ia além dos limites mangueirão.
No tempo ficou pra minha agora de ginete dos Buenos
Ficando a lembrança dentro do peito inerte
Que pela voz do meu pinho solito pelo ramadão verte
Dos tempos que a lida era por farra de quando era pequeno
E agora no olhar ao longe me paro pela frente do galpão
Nas lembranças de guri pipeiro num petiço colorado
Tentando enfrenar no sonho um potro de boca atada
Que esbarrava bem neste ramadão.
Que guardou a minha infância de guri de campo
Pelos caminhos que agora sigo solito na lida
Pra costear as lembranças e seguir a vida.
Firme nas garras no rumo do tempo.