MEMORIAS DE BERRANTEIRO.

“Memórias de Berranteiro”

As lágrimas molham

Minha face já envelhecida,

Trazendo a tona

Lembranças fortes e destemidas,

E por alguns instantes,

Voltam os tempos distantes.

Me lembro com saudades,

Meu tempo de moço,

Logo cedo despertava,

O berrante eu tocava,

Pra juntar a boiada.

Naquelas terras longínquas,

Bem no meio do sertão,

Cortava vilarejos, açudes e pastoreios

Tocando o gado comigo,

O berrante sempre amigo.

Naqueles tempos,

O toque do berrante conduzia,

E o gado obedecia

Era o toque do acerto,

Um instrumento aceso.

Uma buzina estridente

Ecoa em meus ouvidos

Ouço o toque do berrante,

Bem distante...

E as lágrimas molham minha face já envelhecida.

Um caminhão boiadeiro

São memórias tristes ,

De um velho berranteiro.

Autoria : Soraya Fittipaldi