Décima de um tango de flor, vida e silêncios

Um dia ao compor um tango depois da lida

O mesmo tango pra torear a vida.

Se antepuser em contra partida a uma copla de amor

Que pelos olhos do Inácio domador

Um sueneo criojo no sentir de uma alegria

Que circuncristo dentro do peito recria

E desvela um tango sereno pela corda da guitarra

Um pedacito da alma que nela amarra

Solta em flor de umas esperanças adelante

Dos caminhos mirantes.

Que no tango floreado pelo um assovio andarilho

Perde-se exalado da alma pelo caminho

Que nas coplas seguindo de saudades

Com as suas potras verdades.

Que solta inteira pela estampa de campo

Um tantito da alma nos caminhos do tempo

Que de outras vezes saiu no rumo oposto da linha

Galopeando algum em pilcha buena pela trilha

Que não se sabiam pra donde ia...

Somente cruzava ao tranco firme na boca saia.

O tango a tempos composto pelo assovio de alma

Perdido pelos caminhos em horas calmas.

Um dia saiu pela boca anteposta à vida

Que pelos olhos da moça na janela via partida

De um assoviando um tango de copla flor e silêncio

Que nos seus silêncios o Inácio...

Soltou por a mirada plena de janela beira de linha

E pelos olhos que tentam ainda entender sozinha

Que se passa pelo olhar sincero do Inácio domador

Que no jaleco carrega uma flor.

Esse tango trás cheiro de flor em cor.

Trás pras os dedos do domador

Que por eles decifram a alma e os guardados

Que retintos ficaram pelas estradas.

Desgastados com força bruta das lida

Que gasta a vida depois das partidas.

Ajustando bocais pela doma nas lembranças

Que de muitas esquecidas sem esperanças

De volteada de andanças algumas ficaram

Bem guardadas e por elas derramam

Neste tango sereno, que se invoca

E por ele se vai longe e desentoca.

Alguma sova de potro por caminhos de domingo

Nas clarezas de algum olhar que tenho comigo

Que me lembra de uma moça que pelas tarde

Mirava pela janela da escuela sem alarde

Trazia um sorriso que agora lembrança buena

Que pelo olhar de alma serena.

Tinha feições de malina quando quer.

E pelo tango bueno recordante pra não se esquecer.

Das boas coisas e boas coisas da vida

Que por ele trás pra perto em contra partida

Tudo que se sente e solta por esse tango pelos dedos

As coisas retintas da alma e suenos perdidos...

Da liberdade e serenidade da lida

Da alegria que se solta pela vida

Da buena e linda lembrança da janela da escuela

Que traz nos olhos agora no horizonte procurando a janela

Na simplicidade de um tango de alma

Por uma alma recordante em calma.

E não olhar do Inácio domador.

Solta um tango em flor bordando em cor

Todo seu redor pela voz do pinho

Que sabe das coplas que faz pelos caminhos

Sem o pueblo escutar uma palavra

Entendendo pela voz da guitarra que desencrava

Coisa buenas e linda da dentro do peito

Abrindo pelas notas em floreio.

De uma guitarra em canto livre e por esse tango bueno

Traga pelo campo estrelas xiruas de olhar sereno

E abra nos olhares limpos a coplas pura

Que por ela se cura...

As coisas que carrega pelos guardados

Talvez escondidos dos mandados

E desmandados da lida.

Que tece a paz na alma e na vida.

E solte-os desfeitos parrolados pela guitarra

Entre as notas simples de tango sem amarras

De algo em flor que foi perdido

Que foi ficando na alma guardado.

Ou talvez dependurado por algum bastos

Que encurtou os rumos dos rastros

Que seguiram a mirada pela janela de olhar sereno

Que num tango assoviado em copla pequena

E desmedida pelo som sereno e limpo da guitarra

Traga abrindo em flor que foi cara a cara

Pela hora larga e limpa do tempo

Alguma copla que vire um tango de campo

Pra denovo vir morar no bojo da guitarra

E ser assoviado pelo corredor que encara

O oficio da lida pelo olhar que se agrada

Pela boa lembrança que se espalha pela ramada

E traz em luz uma alma em clarão

Que ilumina todo o galpão com coplas do coração

Por esse tango em flor.

Pela alma inrequeta do Inácio do domador

Que floreia o pinho soltando um tango sereno

Mirando no fundos seus olhos um sonho pequeno

Que fez compor um tango depois da lida

De suas coisas de alma e vida.

Dedicado as mais lindas e boas lembranças que tive , pela soleira de uma janela de um escuela.

Ginete
Enviado por Ginete em 24/05/2012
Reeditado em 24/05/2012
Código do texto: T3686624
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