ENCASTIÇADO COM GRALHA
Quando me da na "veneta"
Não existe o que eu não faça
Se agarrar um tigre a unha
Eu deixo só a carcaça
Se pegar um lobisomem
Mastigo que nem chiclete
E se surgir um dinossauro
Eu coreio de canivete
Arranco o couro do diabo
No verão ou no inverno
E boto secar na porta
Da fornalha do inferno
Depois do couro do bicho
Tranço os arreios do avesso
E ate a china mais feia
Pra um "catre" não desmereço
Me "encastiçei" com as gralhas
Pra andar fazendo barulho
E mar pra mim è banheira
Que cruzo só num mergulho
Sou cruzado com cascavel
E "ventena" de grande porte
Jorrando das minhas rimas
Versos com veneno forte
Não tenho medo da morte
Pois minha alma é imortal
Só tenho medo de errar
Com Deus, o pai celestial
Da boitatá como a carne
E da gracha faço "torresmo"
Não creio no tal destino
Quem faz ele, sou eu mesmo
Se tem "bailanta" no inferno
Eu vou pra lá fazer festa
E se a "diabada" se agita
Eu acabo com a seresta
Arranco rabo, a facão
E quebro chifre, a mangaço
E "pitoqueio" o diabo véio
Com minha adaga de aço
E pra sossegar meu "pito"
E a calmaria ser plena
Só quando encostar o "toso"
No peito de uma morena
Olhando a água serena
Que passa mansa e se vai
E sentindo a brisa suave
Que vem do rio Uruguai