ESTILO BAGUAL

Não trago medo da morte

Pois tenho sangue "charrua"

E a minha raça nos versos

Que faço se perpetua.

Clareando a alma gaúcha

Que nem o sol e a lua

As noites de tempestade

Pra mim são noites serenas

A riqueza que possuo

È o amor de uma morena

E as fronteiras que conheço

São feitas por minhas "chilenas"

Se entrar num jogo de osso

Não atiro a "tava" forte

Pois meu braço é "caborteiro"

Monarca igual vento norte

E jamais sentou um "culo"

Ta sempre cravando sorte

Se tocar de jogar truco

Conheço bem a manobra

Os meus trinta e um de espada

Não é “florzita de abobra”

E no truco eu galopeio

Pois meto, mato e me sobra.

Não sou pacato, mas tenho.

O lombo liso e sem marca

Se eu entrar numa peleia

Nem o capeta me ataca.

Pois pego o bicho das "guampas"

E "pitoqueio" na faca

Na zona do meretrício

Sempre vou disposto a tudo

Boto freio nos valentes

Do "mulherio" sou "cuiudo"

Já me criei deste jeito

E nem a pau, eu não mudo

E nos rodeios da vida

Simbrando a cana do braço

Meu laço de couro cru

Faz piruetas no espaço

E segura ate o capeta

Na cincha do meu "picasso"

Pois sou que nem potro "xucro"

Ninguém me bota "bocal"

Nasci na pampa "reiuna"

Beirando o bem e o mal

E sigo "esporeando" a vida

No meu estilo "bagual"

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 22/05/2012
Código do texto: T3682349
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