ESTILO BAGUAL
Não trago medo da morte
Pois tenho sangue "charrua"
E a minha raça nos versos
Que faço se perpetua.
Clareando a alma gaúcha
Que nem o sol e a lua
As noites de tempestade
Pra mim são noites serenas
A riqueza que possuo
È o amor de uma morena
E as fronteiras que conheço
São feitas por minhas "chilenas"
Se entrar num jogo de osso
Não atiro a "tava" forte
Pois meu braço é "caborteiro"
Monarca igual vento norte
E jamais sentou um "culo"
Ta sempre cravando sorte
Se tocar de jogar truco
Conheço bem a manobra
Os meus trinta e um de espada
Não é “florzita de abobra”
E no truco eu galopeio
Pois meto, mato e me sobra.
Não sou pacato, mas tenho.
O lombo liso e sem marca
Se eu entrar numa peleia
Nem o capeta me ataca.
Pois pego o bicho das "guampas"
E "pitoqueio" na faca
Na zona do meretrício
Sempre vou disposto a tudo
Boto freio nos valentes
Do "mulherio" sou "cuiudo"
Já me criei deste jeito
E nem a pau, eu não mudo
E nos rodeios da vida
Simbrando a cana do braço
Meu laço de couro cru
Faz piruetas no espaço
E segura ate o capeta
Na cincha do meu "picasso"
Pois sou que nem potro "xucro"
Ninguém me bota "bocal"
Nasci na pampa "reiuna"
Beirando o bem e o mal
E sigo "esporeando" a vida
No meu estilo "bagual"