NO BUFIDO DA CORDEONA
Nos “bailezitos” costeiros
Ou bailantas de campanha
Num "bufido" de cordeona
A rima "chucra" se assanha
E uma vanera “cuiuda”
Monta no vento e se expande
Levando pra alem fronteiras
As culturas do rio grande
Se alvoroça o chinaredo
E as patas da indiada coça
Quando a cordeona se abre
Em voz fina e em voz grossa
A gaita “veia” bufando
O pandeiro no “tuc-tuc”
E o povo redemunhando
Que nem sessão de batuque
O violão veio zumbindo
Que nem mosca varejeira
E o cantor de peito aberto
No meio da polvadeira
E pra mais de légua e meia
Se escuta este "fuzuê"
O alarido dos machos
E as “gaitadas” das “muié”
O gaiteiro se embalando
Num jeitão bem fandangueiro
E o entra e sai ate parece
Que o rancho é um formigueiro
Um "paisano" a meia vela
Larga um sapucaí "carancho"
Que sacode os lampiões
E estufa as “quinchas” do rancho
Em bailão que tem vanera
O sucesso é garantido
Os machos ajeitam cambicho
E as “muié” arrumam marido
Os bancos saltam pra fora
Quando a sala fica pequena
E se emenda a noite no dia
Tirando o pó da melena