NO BUFIDO DA CORDEONA

Nos “bailezitos” costeiros

Ou bailantas de campanha

Num "bufido" de cordeona

A rima "chucra" se assanha

E uma vanera “cuiuda”

Monta no vento e se expande

Levando pra alem fronteiras

As culturas do rio grande

Se alvoroça o chinaredo

E as patas da indiada coça

Quando a cordeona se abre

Em voz fina e em voz grossa

A gaita “veia” bufando

O pandeiro no “tuc-tuc”

E o povo redemunhando

Que nem sessão de batuque

O violão veio zumbindo

Que nem mosca varejeira

E o cantor de peito aberto

No meio da polvadeira

E pra mais de légua e meia

Se escuta este "fuzuê"

O alarido dos machos

E as “gaitadas” das “muié”

O gaiteiro se embalando

Num jeitão bem fandangueiro

E o entra e sai ate parece

Que o rancho é um formigueiro

Um "paisano" a meia vela

Larga um sapucaí "carancho"

Que sacode os lampiões

E estufa as “quinchas” do rancho

Em bailão que tem vanera

O sucesso é garantido

Os machos ajeitam cambicho

E as “muié” arrumam marido

Os bancos saltam pra fora

Quando a sala fica pequena

E se emenda a noite no dia

Tirando o pó da melena

Silvestre Araujo
Enviado por Silvestre Araujo em 22/05/2012
Código do texto: T3682332
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