Milonga de meu sobreiro e guitarra
Conversa em silêncio meu chapéu e meu violão
Ambos campeiros de lei junto comigo pelo tempo
Um na lida e ladeado outro milongeando o campo
Mas os dois de alma, vida e galpão.
Por eles resguardam meus recuerdos mais lindos
Mas também choram minhas magoas recolutas
Que um pela lida e pela folga relembra de outras
Vidas e sonhos mais vividos e perdidos.
Os dois solitos se recostam juntos às vezes.
Ficam pelo canto mais bueno do galpão.
Os dois que guardam as cruzes e sonhos de coração
Um sobre os pensamentos outro de matizes.
Que de partes às vezes dispersas de meu mundo.
Soltam pelo seu jeito de mais simples de campo
Um pelo som e pelo jeito ladeado coisas do tempo
Que cobriram algum olhar e das voltas de vira-mundo.
Dois campeiros de lei que pelo meu costado
São já partes de min pelos caminhos
Um quando galopeio pela lida sozinho
Outro solta em sua voz cifrada as coisa que ficam de lado.
Não sei qual dos dois resguardam a melhor parte de min.
Somente eles sabem das coisas que tenho aqui pelo meio
Um sob a cabeça outro bem perto do peito levando de eito
Coplas da lida e da alma minha assim.