Coplas de noite e luna
As vezes não entendo que pensam.
Me pergunto em min num mate confidente
De outras coisas de ontem e dos que amam.
Não sei devo sofrenar somente?
Ou em algum fim de tarde sem alarde
Deixar como o sol se por no horizonte infinito.
Talvez as esperas sejam talvez devarde
E continue mateando solito.
Mas em algum sonho de campo que povoa
E sente saudade de algo agora distante de min.
Ressurge um copla e sai da alma e voa
Pra longe no sem fim do campo assim.
Não entendo as vezes as coisas conforme sentem
Não vejo pelo olhar deles alem de poucos sentimentos
Talvez seja mais uma nevoa que fica em frente e me vem
Algo assim sem entender esses momentos.
Desata mais uma copla silenciosa pela fumaça do mate
Borda um céu de estrelas e de gineteadas campo afora
Que fico pela lembrança recoluta depois dos embates
A mira os de casa pela ramada, por irem denovo embora.
Sigo por ai pelos caminhos lida em noites lobunas
Mirando além do céu limpo com as estrelas cadentes
Sacando baldas do coração revisando as quatro lunas
Ajeitando potros da boca por ter a sina andante.
Reviso estes pensares com pesares depois dos mates
Rebuscando sem entender muito sobre as escolhas
Que vem fazendo mudando como o vento ou ficando inertes
Mas em min miro e num reso por eles que não seja como folhas.
Que se soltam pelo vento sem que escolham os rumos pra si.
E vão por ali sem pesar, sem ver esquecendo-se de viver.
Indo e vindo talvez não mirando nada somente por ai;
Resguardo em min este reso de alma aos do meu bem querer.
Pra não ver solto pelos caminhos andantes sem pensar
Seguindo ao sabor do vento pelo rumo do olhar da vida
Assim no, mas chega a min por um andejar.
Mirando as lembranças das lidas e partidas.
Quando alçaram perna e foram campo adentro.
E se foram pra longe e voltam ainda sem pesar.
E assim miro e reso solito, com as coisas que tenho dentro
Do coração por pedir somente para amar.
E neste mate confidente de potros, luas e amores
Resguarda a copla perdida pela volta que o tempo faz.
E segue pela noite grande inerte, que verte em flores
De alma inteira assim no más.