Se largando
Larguei o basto na zaina pra cortar lonjuras
Não me parei pelo mal tempo que se fazia.
E sai campo fora mirando já noite escura
Que talvez volte ao galpão e já seja dia.
Ainda com ressabios e os ouvidos zunidos
Do resto de percantas e farranchos pela noite.
Que talvez volte pra o galpão não com o coração partido
E traga de tiro alguma não somente o vento por acoite.
Que como sempre me faz costado quando caminho solito
Solto das patas a procura de algum retoço sem freio.
E não siga mais mirando somente as estrelas no infinito
Faça renascer algo aqui pelo meio.
Que nesta zaina que encilho e se engalana pelo corredor
Segue um domador com retoços de baile pela noite.
E pela luz dia que faz a lida recuerda de um amor.
Que se foi e não voltou mais defronte.
E por esse farranchos que entro pachola me esqueço
De certas coisa que me apertam o peito fazendo dois.
E já no mais ouço o barulho das percantas e pago o preço
Pra ver se nesta noite me ajeito assim no mais.
E volte a ouvir no vento um barulho de mais caminho
Que seja em flor, e não um sem freio.
E veja por algum olhar claro e não seja mais sozinho
E sinta forte um calor de amor no peito.