Se largando

Larguei o basto na zaina pra cortar lonjuras

Não me parei pelo mal tempo que se fazia.

E sai campo fora mirando já noite escura

Que talvez volte ao galpão e já seja dia.

Ainda com ressabios e os ouvidos zunidos

Do resto de percantas e farranchos pela noite.

Que talvez volte pra o galpão não com o coração partido

E traga de tiro alguma não somente o vento por acoite.

Que como sempre me faz costado quando caminho solito

Solto das patas a procura de algum retoço sem freio.

E não siga mais mirando somente as estrelas no infinito

Faça renascer algo aqui pelo meio.

Que nesta zaina que encilho e se engalana pelo corredor

Segue um domador com retoços de baile pela noite.

E pela luz dia que faz a lida recuerda de um amor.

Que se foi e não voltou mais defronte.

E por esse farranchos que entro pachola me esqueço

De certas coisa que me apertam o peito fazendo dois.

E já no mais ouço o barulho das percantas e pago o preço

Pra ver se nesta noite me ajeito assim no mais.

E volte a ouvir no vento um barulho de mais caminho

Que seja em flor, e não um sem freio.

E veja por algum olhar claro e não seja mais sozinho

E sinta forte um calor de amor no peito.

Ginete
Enviado por Ginete em 29/04/2012
Código do texto: T3640689
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