Décima a teus olhos.

Lembrei do teu olhar azul e limpo

Na lembrança linda pelo meu tempo.

Na trampa grande a passado

Ficou esse recuerdo gravado.

Que lá dentro do coração

Ficou a imagem gravada de ti na amplidão

Que se desenha junto ao horizonte

Na espera larga de uns “antonte.”

Ficou no semblante a mirada larga

No sentir e no pensar uma bruta carga

Que vai adoçando meu mate...

E vai me acalentando depois dos embates.

Na alma um querer guardado lá dentro min.

Lembra-me de ti assim, naqueles olhos sem fim.

Longe dos meus percebi mirando neles um pouco da alma

Que a minha andarilha andou longe da vida e das horas calmas.

Que foram por o teu semblante corado.

Deixando o meu de índio vago, sem mandado

Parar por teu olhar sereno.

E ruir meus sonhos pequenos.

Parando e sonhando e velos denovo solito

Novamente na minha frente como estrelas no infinito

A brilhar e a me fazer andar e querer telos

Junto aos meus pra poder só admira-los.

E não deixá-los mais solitos.

Que me fazem agora mirar o horizonte bonito

Pra ver se encontro eles em alguma estrela

Que posso imitar o brilho desses olhos que tem ela.

Que por eles revi minha alma desnuda, desprovida...

Retinta e infinita e solita pela lida.

Que neles refletiram também tua alma.

E em min trouxeram a doce calma.

Que adoça meu mate quando me lembro de ti.

Por esses olhos que bem de pertinho vi.

Na linda lembrança de ter eles por perto

Na esperança que se torna mais de acerto.

E um dia talvez estender nos aprumos desses potros

No rumo dos teus olhos, não os vendo somente pelos astros

Sabendo que poderei velos mirando os meus

Já sofrenados pelos e encantados pelos teus

Ginete
Enviado por Ginete em 24/04/2012
Código do texto: T3631612
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