Por a resposta de um chasque
Espero pela hora camboneando a espera de um chasque.
Que por ele traga a resposta de algo esquecido,
Talvez algo que esteja perdido ou adormecido.
Na espera pela noite escura, adentro sem sono.
Assim me vou, por ai com o coração em seu entono
E nos meus olhos a espera, que ainda segue.
Nem lembro quando foi a noite que pude dormir.
Somente da que esqueci do sono pelo galpão.
E mateio mirando além dos campos com a luna na amplidão
Que se abre em meus olhos judiados de tempos,
A mirar ainda somente o verdor dos campos.
E ter somente essa espera, desse chasque, ainda por vir.
Água clara que as vezes salta de dentro da alma
Fugida pelos meus olhos alheios de tudo.
E por mais uma noite me adentro, como se fosse pelo mundo
Procurando as vezes somente pela luna estradeira
Alguma copla que fiz e se perdeu por matreira,
E fico de olhos fingidos pela madrugada, ouvindo o vento em calma.
Assim por ir... E por ver... E por ter...
Ainda por lembrar pela hora mal dormida
Que pela alma escora esse fio de vida.
E somente camboneio mirando além porta.
A espera. Que me mira pelo olhar da luna vestida de prata.
Ainda querendo esperar, mas sem esquecer...
Que ainda na espera retinta deste chasque que mandei
E ainda não voltou a resposta pela noite.
Que segue pelo meu olhar de distante.
Com esse mate confidente pela hora larga
Que de uma espera se torna numa bruta carga.