O tigre do povoado
O mulato Vandoca era que tinha fama de mal,
Dizem até que já tinha matado gente,
João Corruíra também era mesclado no tal,
E juntos os dois índios veios não deixavam semente,
Adoravam uma peleia mais que tudo,
Não tinham medo do perder macanudo,
E nem se estavam em desvantagem na luta,
Afinal não é o numero que fez a valentia,
É criação na paleia, e na forma da conduta,
Que estampa o índio chaco na sua rebeldia.
E aprenderam a ser temido naquele rincão,
E se acostumaram com a fama de mal feitores,
Pois fizeram daquilo o seu ganha pão,
Não importando a quem vá os dissabores.
Tudo começou quando queimaram a casa do velho João,
O velho não fazia mal a ninguém,
Mas entrou no caminho de um gaiato de gravata,
Daqueles que não entende os anseios de um homem bom
E impõem a sua ganancia por cima de gente pacata.
Foi o Vandoca que pegou o serviço,
E levou o Corruíra como companheiro,
Mau sabiam eles que o reboliço,
Seria muito maior que um simples entrevero,
O filho do velho João era um tigre enjaulado,
Esperando ser solto para fazer a estripulia,
E quando seu recanto foi queimado,
Foi que despertou em suas veias a vingança rebeldia.
Era um final de tarde quando ele apareceu por aqui,
Montava um cavalo que era flor de alazão,
Uma adaga comprada nas bandas do Itaqui,
Trazia firme na mão.
Não deu conversa para ninguém,
Nem deu tempo para defesa dos dois companheiros,
A adaga cortou o ar num vaivém,
E despencou por chão os arruaceiros.
Depois virou as costas e saiu sem nada dizer,
Como se o pior ainda estava no por vir,
Todo mundo sabia o que aquele tigre iria fazer,
Pois tinha uma missão para cumprir.
No outro dia chegou a noticia no povoado,
O Gaiato do povo encontrou um índio chaco na estrada,
E mesmo implorando apavorado,
Pagou sua divida na ponta da espada.
Para muitos mera vingança do que acabara de perder,
Para outros era a justiça que tinha acontecido,
Mas quando outras mortes começaram acontecer,
Foi que perceberam que aquele era um tigre adormecido,
Que a ganancia tinha despertado,
E agora virara o mesmo maula da tanto mau lhe fez,
E que matar era a única coisa que lhe tinha restado,
O povo passou a temer pois em qualquer esquina podia chegar a sua vez.
Depois ele simplesmente sumiu como apareceu,
Uns dizem foi se embora para nunca mais voltar,
Outros teimam que ele morreu,
E tem até quem diz que sabe onde ele esta.
A verdade é que o tigre do povoado cumpriu sua sina,
E para onde foi não tem importância,
Fez o que tinha que fazer naquele rincão,
E talvez viva até hoje por ai em alguma estancia,
Pronto para quando precisar fazer justiça com a própria mão,
Pois quando a lei não faz o que tem que fazer,
O homem vira juiz e vive na sua própria premissa
E como o maula que matou sem nada temer,
Faz aqui na terra a sua própria justiça.
O mulato Vandoca era que tinha fama de mal,
Dizem até que já tinha matado gente,
João Corruíra também era mesclado no tal,
E juntos os dois índios veios não deixavam semente,
Adoravam uma peleia mais que tudo,
Não tinham medo do perder macanudo,
E nem se estavam em desvantagem na luta,
Afinal não é o numero que fez a valentia,
É criação na paleia, e na forma da conduta,
Que estampa o índio chaco na sua rebeldia.
E aprenderam a ser temido naquele rincão,
E se acostumaram com a fama de mal feitores,
Pois fizeram daquilo o seu ganha pão,
Não importando a quem vá os dissabores.
Tudo começou quando queimaram a casa do velho João,
O velho não fazia mal a ninguém,
Mas entrou no caminho de um gaiato de gravata,
Daqueles que não entende os anseios de um homem bom
E impõem a sua ganancia por cima de gente pacata.
Foi o Vandoca que pegou o serviço,
E levou o Corruíra como companheiro,
Mau sabiam eles que o reboliço,
Seria muito maior que um simples entrevero,
O filho do velho João era um tigre enjaulado,
Esperando ser solto para fazer a estripulia,
E quando seu recanto foi queimado,
Foi que despertou em suas veias a vingança rebeldia.
Era um final de tarde quando ele apareceu por aqui,
Montava um cavalo que era flor de alazão,
Uma adaga comprada nas bandas do Itaqui,
Trazia firme na mão.
Não deu conversa para ninguém,
Nem deu tempo para defesa dos dois companheiros,
A adaga cortou o ar num vaivém,
E despencou por chão os arruaceiros.
Depois virou as costas e saiu sem nada dizer,
Como se o pior ainda estava no por vir,
Todo mundo sabia o que aquele tigre iria fazer,
Pois tinha uma missão para cumprir.
No outro dia chegou a noticia no povoado,
O Gaiato do povo encontrou um índio chaco na estrada,
E mesmo implorando apavorado,
Pagou sua divida na ponta da espada.
Para muitos mera vingança do que acabara de perder,
Para outros era a justiça que tinha acontecido,
Mas quando outras mortes começaram acontecer,
Foi que perceberam que aquele era um tigre adormecido,
Que a ganancia tinha despertado,
E agora virara o mesmo maula da tanto mau lhe fez,
E que matar era a única coisa que lhe tinha restado,
O povo passou a temer pois em qualquer esquina podia chegar a sua vez.
Depois ele simplesmente sumiu como apareceu,
Uns dizem foi se embora para nunca mais voltar,
Outros teimam que ele morreu,
E tem até quem diz que sabe onde ele esta.
A verdade é que o tigre do povoado cumpriu sua sina,
E para onde foi não tem importância,
Fez o que tinha que fazer naquele rincão,
E talvez viva até hoje por ai em alguma estancia,
Pronto para quando precisar fazer justiça com a própria mão,
Pois quando a lei não faz o que tem que fazer,
O homem vira juiz e vive na sua própria premissa
E como o maula que matou sem nada temer,
Faz aqui na terra a sua própria justiça.