Na data em que perdi o coração

Fico o esteror da partida

Resto de um vida.

Semblante de alma nua

Que mira somente pela lua

E fica um resto mate

Em meu caminho pra o embate

que nos olhos mirando além do nada...

numa data que se foi

e assim dói.

Lembrança mal dormida

Sem ter lembrança da ida

Com caminho de lida.

Assim pela partida

Que foi antes numa data distante.

Agora pela minha

Somente potros caminha.

Solito pela amplidão

E se vai alem do galpão

Sem esperar talvez encontrar

Aqueles olhos que desencontra.

E não faz mais conta

Do tempo em min.

Só sabe pelo tempo

Que agora galopea pelo campo

E agora quase sempre a esmo

Sem ter o mesmo.

Olhar de manha em flor

Que ficou nos olhos do domador

E lembrar saber mais de ti.

Agora por essa data

Somente desata

Mais um janeiro

Que mostra a um simples campeiro

Que no andejar

Segue a contar

Pra si de uma saudade,

Que mostra a verdade

Pela espera solito.

Assim mesmo somente

Fica num olhar ente

Sem ver...

Sem ter...

Somente pela luz do dia

Que por ela recria

Um olhar limpo.

E não se vê mais assim

Somente na lembrança do fim.

Que dela consome a vontade

E trás pra perto essa saudade

Que não vai embora

E a min escora

Pelas estrelas da esporas

Sem ter mais aqui.

E dela relembra um cantar

Pelo meu olhar.

Sem saber mais de querer

Somente ainda ter.

Um recuerdo por lembrar

Do estertor da partida a orar,

Ainda a te por inerte o pensamento

Dentro do coração.

Ginete
Enviado por Ginete em 19/03/2012
Código do texto: T3563102
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