Não se sabe pra onde foi

Sabe deus onde andará.

Se perdeu-se por o caminho.

Talvez por seu poema cantará

Algo perdido de dentro do ninho.

Não se sabe somente soube

Que um dia juntou ou potros, e se foi.

Deixou o povo, pois os corredores foi que coube

Pra quem gastou o ferro dos estribos, apertando boi.

Não se soube mais pra onde

Talvez viva em algum posto

Que seja onde se esconde,

Pra o outro lado, num canto oposto.

Deva andar de crina comprida

De bastos apertando nas estradas

Recorrendo a vida depois de uma partida

Com o restos de coplas dadas.

Um dia se foi somente o povo viu

Não perguntarão pra donde?

Foi sumindo pelo horizonte beirando o rio

No rumo que foi sem ter onde.

Esqueceu do tempo.

Gastando a vida pela lida

Ajeitando potros pelo largo do campo

Sempre com os olhos de partida.

Esvoaça o lenço de contra o vento

E pela reinda escora a mala suerte.

Sabendo que por esse tento

Que ajeita da boca torea la muerte.

Mas ficou a duvida pelo povo.

Se foi com dois cuscos e uns oito potros,

Todo de preto como um corvo,

Ficando só polvadeira pra responder aos outros.

Ginete
Enviado por Ginete em 15/03/2012
Código do texto: T3556004
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