Não se sabe pra onde foi
Sabe deus onde andará.
Se perdeu-se por o caminho.
Talvez por seu poema cantará
Algo perdido de dentro do ninho.
Não se sabe somente soube
Que um dia juntou ou potros, e se foi.
Deixou o povo, pois os corredores foi que coube
Pra quem gastou o ferro dos estribos, apertando boi.
Não se soube mais pra onde
Talvez viva em algum posto
Que seja onde se esconde,
Pra o outro lado, num canto oposto.
Deva andar de crina comprida
De bastos apertando nas estradas
Recorrendo a vida depois de uma partida
Com o restos de coplas dadas.
Um dia se foi somente o povo viu
Não perguntarão pra donde?
Foi sumindo pelo horizonte beirando o rio
No rumo que foi sem ter onde.
Esqueceu do tempo.
Gastando a vida pela lida
Ajeitando potros pelo largo do campo
Sempre com os olhos de partida.
Esvoaça o lenço de contra o vento
E pela reinda escora a mala suerte.
Sabendo que por esse tento
Que ajeita da boca torea la muerte.
Mas ficou a duvida pelo povo.
Se foi com dois cuscos e uns oito potros,
Todo de preto como um corvo,
Ficando só polvadeira pra responder aos outros.