Viola entre aspas
Viola,musa brejeira,
Estrela luso-brasileira.
Digo isto pois viestes com Cabral,
E foste temperada com esmero divinal,
Pelo altivo caboclo nativo.
Viola palavra que “chora”,
Em emoções e ponteios.
Em desafios e mil “crenças”
Pra ser um bom violeiro.
Viola palavra sonora,
Que ecoa pelos rincões.
Alegria das porfias,
Punhal de mil corações,
Quando o amor aflora.
Ah viola que saudade,
Do seu toque sem igual.
Hoje teu nome é usado,
Cruelmente pelo “mercado”
Hoje tu és vil metal.
Para ganhar a moçada,
Inventaram a “violada”
As canções não tem história,
Só amor que foi embora,
E viola que é bom nada.
E na tal televisão,
Meu peito até suspira.
Pra nomear um estilo,
Falam de ti sem sentido,
Nunca viram viola na vida.
O “mercado” quer uma “moda”
Barulhenta que não vira.
De bateria e guitarra,
E uma “violinha”mirrada,
Só pra posar de “caipira”
“Caipiras”de ocasião,
Respeitem o pavilhão.
A viola tão Brasileira,
Que não engole besteira.
Nem é mina de dinheiro.
A viola é matuta,
Pureza que ninguém “furta”
Verdade absoluta,
Do caboclo brasileiro.
Violeiro indignado com o mal uso da palavra e do instrumento VIOLA CAIPIRA