Viola entre aspas

Viola,musa brejeira,

Estrela luso-brasileira.

Digo isto pois viestes com Cabral,

E foste temperada com esmero divinal,

Pelo altivo caboclo nativo.

Viola palavra que “chora”,

Em emoções e ponteios.

Em desafios e mil “crenças”

Pra ser um bom violeiro.

Viola palavra sonora,

Que ecoa pelos rincões.

Alegria das porfias,

Punhal de mil corações,

Quando o amor aflora.

Ah viola que saudade,

Do seu toque sem igual.

Hoje teu nome é usado,

Cruelmente pelo “mercado”

Hoje tu és vil metal.

Para ganhar a moçada,

Inventaram a “violada”

As canções não tem história,

Só amor que foi embora,

E viola que é bom nada.

E na tal televisão,

Meu peito até suspira.

Pra nomear um estilo,

Falam de ti sem sentido,

Nunca viram viola na vida.

O “mercado” quer uma “moda”

Barulhenta que não vira.

De bateria e guitarra,

E uma “violinha”mirrada,

Só pra posar de “caipira”

“Caipiras”de ocasião,

Respeitem o pavilhão.

A viola tão Brasileira,

Que não engole besteira.

Nem é mina de dinheiro.

A viola é matuta,

Pureza que ninguém “furta”

Verdade absoluta,

Do caboclo brasileiro.

Violeiro indignado com o mal uso da palavra e do instrumento VIOLA CAIPIRA

Nilo Carvalho
Enviado por Nilo Carvalho em 07/03/2012
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