Emigrações
(18-02-11)
Aquele lenço colorado
É só o que pede meus olhos agora
Aquele laço avermelhado
Acende o tom da minha aurora
O que seria desse chão
Sem a contribuição pampeana
Vacariano, pelotense, cisma de vanerão
Naquele adeus servil de Mariana
O intenso frio da serra
Longínquos pagos do norte
Nhapa da vida, longa espera
Flete que conduz a sorte
Aviso o bugre da fronteira
Lá de Rivera, no Uruguay
Aqui começa o Brasil
Ou termina, tanto faz
E é naquela coxilha que vejo
O gaúcho que sorve bomba e mate
Relampejando meu desejo
De um dia vestir de novo escarlate
É macho que bate as botas
Além de couro, trago e pala
Trago nostalgias remotas
De ginete, cartucho e bala
Traço de trincheira
Medo da morte...
Eu preciso desse cheiro, desse pó
São muitos nessas bandas
Ancião ou guri, tenho dó
Já nao mais miro as estancias
Sinto o alvi negro anil
Ah, este faz parte de mim
Aqui ou lá, sou servil
Pois são glórias, louros de cetim
É lusco fusco de gerações
É o bagual que corre ao longe
Guaiaca larga, bombacha de botões
Religioso e casto como monge
E naqueles dias de bolicho
Eram tempos de piá, sinto-me carente
Ah, se meu pai visse o petiço
Cercado da chaleira de agua quente
O relho então vinha certo
Te fresqueia gaudério!
Que só a purinha de butiá
Fazia arder de perto
Aquele danado climatério
Por fim são atos do Rio Grande
Que esta gente buena viu
Já em tempo fervilhante
O herdeiro ela pariu
Sem as cores do aramado
Sem o vinhedo tranquilo
Sem o potro amarrado
Tampouco o mar peregrino
É nativo, é da terra
Tem sangue colorado nas veias
Chora ximango chuleador, berra
E recorda morno as peleias...
(18-02-11)
Aquele lenço colorado
É só o que pede meus olhos agora
Aquele laço avermelhado
Acende o tom da minha aurora
O que seria desse chão
Sem a contribuição pampeana
Vacariano, pelotense, cisma de vanerão
Naquele adeus servil de Mariana
O intenso frio da serra
Longínquos pagos do norte
Nhapa da vida, longa espera
Flete que conduz a sorte
Aviso o bugre da fronteira
Lá de Rivera, no Uruguay
Aqui começa o Brasil
Ou termina, tanto faz
E é naquela coxilha que vejo
O gaúcho que sorve bomba e mate
Relampejando meu desejo
De um dia vestir de novo escarlate
É macho que bate as botas
Além de couro, trago e pala
Trago nostalgias remotas
De ginete, cartucho e bala
Traço de trincheira
Medo da morte...
Eu preciso desse cheiro, desse pó
São muitos nessas bandas
Ancião ou guri, tenho dó
Já nao mais miro as estancias
Sinto o alvi negro anil
Ah, este faz parte de mim
Aqui ou lá, sou servil
Pois são glórias, louros de cetim
É lusco fusco de gerações
É o bagual que corre ao longe
Guaiaca larga, bombacha de botões
Religioso e casto como monge
E naqueles dias de bolicho
Eram tempos de piá, sinto-me carente
Ah, se meu pai visse o petiço
Cercado da chaleira de agua quente
O relho então vinha certo
Te fresqueia gaudério!
Que só a purinha de butiá
Fazia arder de perto
Aquele danado climatério
Por fim são atos do Rio Grande
Que esta gente buena viu
Já em tempo fervilhante
O herdeiro ela pariu
Sem as cores do aramado
Sem o vinhedo tranquilo
Sem o potro amarrado
Tampouco o mar peregrino
É nativo, é da terra
Tem sangue colorado nas veias
Chora ximango chuleador, berra
E recorda morno as peleias...
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