Se pudesse...
Se pudesse por um dia não amar
mais teus olhos opacos.
QUe me trousseram a vida
e a noite mais longa.
Nesse terunho sentir
que penso que alma minha
se perdeu em algum bolicho
ou por algum beijo...
Se pudesse ao menos gostar menos
de ti... que sinto e faço
que a saudade não me faz caber em min...
Ando de galpão em galpão
centauriando minha vida
a galopear aos quatros ventos
por não ter mais rumos além dos bolichos...
Se pudesse gostar menos
de ti... mas não sei mais que é além
de andar sob a cruzes deste potros
caregando as minhas.
Saudades que me amargão o meu melhor
mate juyado de manha.
Que pela noite lenta vou galpoenando
um tempo, mas logo saio pra um vinho...
Se pudesse não querer mais gostar
de ti... mas meu coraçaõ de potro
teimoso e redomão ainda espera
por si mirando largo o corredor.
Buscando na distânçia que hoje faz
e me traz a meus olhos o sal cristalizado
de lembrar do teus.
Se pudesse sufocar o tempo
mas não tenho essa força...
Sei que dentro dos rios de minha alma
ficou um vazio...
Pareçe que ausênçia que se fez hoje
me judia da alma, e me destroi com a calma
me fazendo que saia por ai
madrugada adentro.
Se pudesse não te querer mais...
Mas em minha memoria se olvida
e no meu coração preende o grito
chamando no sem fim do campo...
Que se pudesse não ter mais,
essa dor... mas ela me domina e me doma
que talvez tù seja como o vento
passou e talvez um dia volte em brisa mansa
pra perto em alguma primavera em flor.