Voltei ao passado
Eu revivi o passado
no nascer do Rio Grande do Sul.
Encontrei os jesuítas
no alto de uma colina,
estavam trazendo o gado
para as grandes vacarias.
Ajudei a catequizar os índios,
fiz charque nas Charqueadas,
doei até sesmarias
para militares sem terra.
Participei de rodeios e campereadas,
dormia num galpão
próximo a casa do capataz.
Aprendi a fazer pandorgas,
boneca de pano, gadinho de osso,
até joguei três marias.
Conheci a linda estancieira
com seu vestido de seda.
Comi churrasco no espeto
e tomei chimarrão na beira do fogo.
Acendi uma vela
para o Negrinho do Pastoreio.
Ouvi muitas lendas:
Boitatá, M'bororé, Tupanciretan,
Lagoa do Parobé, Salamanca do Jarau.
Histórias emocionantes
contadas por pessoas antigas.
Passei na ponte da Azenha,
conheci Onofre e Gomes Jardim.
Participei da Assembleia Constituinte
na cidade do Alegrete.
Estive presente no último combate
da Revolução Farroupilha, o de Quaró,
nome de um afluente do rio Quaraí.
Tirei uns dias em Ponche Verde
onde foi assinada a paz.
Vibrei com os escravos
na famosa abolição.
A minha tristeza foi ver as degolas,
lutas sangrentas da Revolução Federalista.
Também, reconheci lenços vermelhos e brancos,
maragatos e chimangos,
o leão do caverá, Honório Lemes.
O nosso passado é heróico e vitorioso,
gaúchos lutaram, comemoravam vitórias
e choraram derrotas.
Gaúchos, homens de verdade,
de lanças nas mãos,
pisando firme e sem ter medo de nada.
Gaúchos do presente, devemos nos unir,
fazer como nossos antepassados.
Vamos erguer nossa bandeira,
lutar pelos nossos direitos
e clamar a nossa vitória.
O passado, são raízes
que sempre darão frutos no futuro.
Vamos acordar nossa gente
e levantar o Rio Grande.