CHUVA NA FEIRA
Respingam letras em rimas
Entre canteiros e galhos
Gotejando como orvalho
Semeadas sobre alfarrábios
Espalhados nos mostruários
Germinando ensinos sábios
Num clima de cultura em pândega
O lírico em aroma disperso
Tal como as pombas da Alfândega
Nas folhas abertas amplas
Cavalga em prosa e verso
Gorjeando por entre as bancas
Chove acentos, pontos e pingos
Pelos caminhos da feira
Numa tarde de domingo
De um novembro que se abana
E por entre as tendas se esgueira
Sob o olhar de Drummond e Quintana
Homenagem:
à 57ª Feira do Livro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega, onde há um monumento a Carlos Drummond e Mário Quintana e onde costumeira mente chove, mas quem a visita encharca-se de cultura.