Um coração de pedra
O coração era de pedra.
Um dia quiz amar,
mas por ser de pedra não sabia
achando que o jeito era preender
e não dár espaço.
Até quando se vai no mesmo tranco,
um amando e outro sem sentir nada?
Até quando se vai um gastando
a alma pela lida e outro sem sentir nada?
Até quando a copla de campo
vai ser assim e a outro não valer nada?
Ate quando um tenta a paz junto
e outro não sente nada?
Até quando a ferro e fogo se leva
e outro sofre solito?
Até quando o sentimento vai ser
sufocado e outro pela dor escorre o sal dos olhos?
Até quando meus fletes que pisavam estrelas,
pra chegar antes da hora no teu costado vão andejar
estradas vazias e outro a sorrir do pranto do outro.
Até quando valeu pra ti que a outro
valeu muito?
Até quando a minha alma andará perdida
e outro andará por ai?
Até quando o amargor do meu mate será
de tua ausençia e a outro nem o vinho bueno faz nada?
Até quando teremos que ser assim
sentir nada?