Lá, campo afora

Reaperto os arreios pra lida

me largo ligeiro pelo lançante

caminho fundo de trilho de gado.

sigo um rastro pelo bordado do banhado

que me esvuaça a lenço negro

como o luto de um amor mal envidado.

sigo tranco largo, uma vaca preta

salta pela frente, que levo por diante

dos encontros de uma zaina buena.

Meus olhos de mira campo em flor

saguem ajeitando algumas gotas

de orvalho do sal de meus olhos

que as vezes na xucra estampa

mostra um pedaço de meu coração.

Que agora sigo firme com a alma

junto aos estrivos sob os bastos

deixando o coração preso a um par de chilenas de prata.

Ginete
Enviado por Ginete em 26/10/2011
Código do texto: T3300103
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