O laçador das coxilhas




Eu nasci lá na fronteira
De baixo de um pé de aroeira
Gaúcho de quatro costado
O laçador das coxilhas
Lá bem onde o sol brilha
Ao trabalho fui moldado

Fui um baita bochincheiro
Era no centro do entrevero
Que eu me sentia feliz
Lingüiça, feijão mexido
Gostoso e mui divertido
Enssopado de perdiz

Doze brassa, braço forte
Sol bem quente vento norte
Carreirada e marcação
Muito pealo de cucharra
Pra depois cair na farra
Ao compasso de um vaneirão

Lá pra bandas da ramada
Montando a égua tostada
Filha de um baita cuiúdo
Parida num campo qualquer
E num baile com gaita e mulher
Dançava de espora e tudo

E não tinha cara feia
Enfrentava a peleia
Na cozinha e na sala
Se o tempo ficava feio
Partia a gaita no meio
Num torumbaço de bala

A coisa mais esquisita
Roubava a china bonita
Ainda com ar de menina
O tempo feio trovejando
Varava o rio de contrabando
Lá pros pagos da argentina

E sabe o que é que eu acho?
Que eu apago meu facho
Dessa estória caprichosa
Eu amo a felicidade
Vivo respirando a liberdade
Ao lado de minha china dengosa!

ESCRITO AS 07:43 HRS., DE 24/09/2011 POR
VAINER ÁVILA

 
NELSON RICARDO
Enviado por NELSON RICARDO em 25/09/2011
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