Sou gaúcha
Sou gaúcha e tenho orgulho
de cultuar a tradição,
sou a cuia de porongo,
onde faço o chimarrão,
sou a água da nascente
que dá gosto de beber,
sou o meu pago querido
que jamais irá morrer.
Sou a vida, sou o amor,
gaúcha antiga e moderna,
revolução farroupilha,
sol da liberdade eterna,
sou a força das mulheres,
com carinho e compreensão.
Sendo viva, nesta terra,
preservo sempre o meu chão.
Sou cultura e tradição,
me trajo com pouco luxo
e a todos vou avisando
que o meu pai é bom gaúcho:
não se aproxime de mim
quem tiver má intensão,
porque ele é meio nervoso,
tem um 38 e um facão...
Sou a vida do Rio Grande,
a chinoca das canções,
eu sou a mulher gaúcha
povoadora dos rincões,
com sua graça e ternura,
sempre de flor nos cabelos,
jovem, alegre, bonita
na dança da chimarrita.
Eu sou a prenda querida
dos gaúchos da querência,
sou do campo e da cidade,
sem demonstrar preferência,
do meu pago e de mim própria.
Eu tenho justa vaidade,
gosto de mim como sou,
gaúcha, barbaridade!