Eu sei que ainda existe peão
Eu sei que ainda existe peão,
aquele gaúcho valente,
peão hospitaleiro, guerreiro.
Eu sei, o maior dos ginetes,
peão que cuida do campo,
do gado, do brete...
O gaúcho: maragato ou chimango.
Come churrasco, toma chimarrão,
gineteia, laça
e é bem grongo.
Vai no fandango, dança vanerão,
mas conquista a sua prenda
dançando a chimarrita balão.
Sepé Tiarajú foi guerreiro;
Garibaldi foi amado;
Bento e Onofre foram heróis;
Oswaldo Aranha foi do mundo.
Mas, hoje não temos mais
amados, heróis, nem viramundos.
No Rio Grande houve guerras,
heróis corajosos a pelear.
Somos gratos a esses bravos,
mas não conquistamos nosso lugar.
Temos novos peões, novos gaúchos
e uma bandeira para hastear.
O gaúcho tem que estar de pé,
há um pavilhão para honrar.
Temos o verde, o vermelho e o amarelo.
O nosso símbolo para zelar,
devemos ser gaúchos de verdade,
voltar ao passado, aprender a lutar.
Eu sei que ainda existe peão.
Gaúchos levantando o Rio Grande,
os campos, o gado, as flores,
as relvas, o azul e o verde.
Então, o peão vai cantar, trovar e gritar:
Liberdade, Igualdade e Humanidade.