Dia de temporal
És mais um dia de chuva indiada,
Tempo que vem a baixo minha gente,
E de uma forma, simples e irreverente,
Quero neste momento iniciar esta pajada,
Pois apesar da chuva é noite iluminada,
Que da contraste com o tempo rebeldia,
E o pêlo desse velho pajador se arrepia,
Com som desta forte chuva campesina,
Pois nessa hora morta e sabatina
É o temporal mais feio que se inicia!
Levar bicharada para o abrigo é preciso
Pois nada resiste nesse tempo que falo,
Primeiro toco o gado com meu cavalo,
E no lombo vou seguindo esse improviso,
Mas ei de me recolher pois parece o dia do juízo,
E mesmo eu sendo um índio chaco e missioneiro,
Daqueles que aprendeu desde cedo ser galponeiro
E que da morte não tem medo e dispensa qualquer prefácio,
Vou entrando no meu rancho, que apelidei de palácio
Desde que construí a mui tempo meu rancho posteiro!
O petiço na estrebaria que recém foi parido,
E que perdido deve ter ficado nas suas,
Um dia andará pelos campos e pelas ruas,
Esse potrilho recém lambido,
Que ainda não tive tempo de dar nome ou apelido,
Mais já sei desde agora que será um bagualão,
Se passar por essa tormenta que abala o meu rincão
Olho pela janela já meio desconfiado
Não que tenha medo, pois já fui até soldado
E sempre estou preparado e de "prontidão"!
Pois nunca se sabe a hora do entreveiro,
Ou que vai acontecer um ajuntamento
Assim como jamais dará para prevê o nascimento
De um tempo feio de janeiro
Que lava o chão e assusta o pago campeiro
Que um dia meu santo Pai pariu
E depois do tempo passado s historia assistiu,
Da tormenta agüentada com afinco,
Como guentaram os índios de trinta e cinco"
E a bravura no Paraguai que o mundo viu!
Aqui na fazenda todas as famílias,
Vendo nuvem feia no céu já começam oração,
Reunidos, gritando alto e em bom som:
Senhor que o vento nas frexilhas,
Não fujam de suas vigílias
E proteja toda a pionada,
Que hão de chegar somente de madrugada,
Molhados, mais firmes como touro,
Que chegam feliz ao invés de choro,
E embocam na fuzarca dando risada,
E pequeno pingo nascido no temporal,
Será brinquedo da criançada
E montaria deste Bagual.
Tempo que vem a baixo minha gente,
E de uma forma, simples e irreverente,
Quero neste momento iniciar esta pajada,
Pois apesar da chuva é noite iluminada,
Que da contraste com o tempo rebeldia,
E o pêlo desse velho pajador se arrepia,
Com som desta forte chuva campesina,
Pois nessa hora morta e sabatina
É o temporal mais feio que se inicia!
Levar bicharada para o abrigo é preciso
Pois nada resiste nesse tempo que falo,
Primeiro toco o gado com meu cavalo,
E no lombo vou seguindo esse improviso,
Mas ei de me recolher pois parece o dia do juízo,
E mesmo eu sendo um índio chaco e missioneiro,
Daqueles que aprendeu desde cedo ser galponeiro
E que da morte não tem medo e dispensa qualquer prefácio,
Vou entrando no meu rancho, que apelidei de palácio
Desde que construí a mui tempo meu rancho posteiro!
O petiço na estrebaria que recém foi parido,
E que perdido deve ter ficado nas suas,
Um dia andará pelos campos e pelas ruas,
Esse potrilho recém lambido,
Que ainda não tive tempo de dar nome ou apelido,
Mais já sei desde agora que será um bagualão,
Se passar por essa tormenta que abala o meu rincão
Olho pela janela já meio desconfiado
Não que tenha medo, pois já fui até soldado
E sempre estou preparado e de "prontidão"!
Pois nunca se sabe a hora do entreveiro,
Ou que vai acontecer um ajuntamento
Assim como jamais dará para prevê o nascimento
De um tempo feio de janeiro
Que lava o chão e assusta o pago campeiro
Que um dia meu santo Pai pariu
E depois do tempo passado s historia assistiu,
Da tormenta agüentada com afinco,
Como guentaram os índios de trinta e cinco"
E a bravura no Paraguai que o mundo viu!
Aqui na fazenda todas as famílias,
Vendo nuvem feia no céu já começam oração,
Reunidos, gritando alto e em bom som:
Senhor que o vento nas frexilhas,
Não fujam de suas vigílias
E proteja toda a pionada,
Que hão de chegar somente de madrugada,
Molhados, mais firmes como touro,
Que chegam feliz ao invés de choro,
E embocam na fuzarca dando risada,
E pequeno pingo nascido no temporal,
Será brinquedo da criançada
E montaria deste Bagual.