Rasgou meu potreiro ao meio
Recortou a várgea bem no meio.
Veio as maquinas grandes espantando a potrada
que mais ali era o rodeio.
Repartiu bem no meio a invernada de trás das casas
meu rodeio de pia se acabou.
Findou com um rompante de maquina pesada
que veio do povo.
Passou por cima da vertente
não deixou ouvir a passarada
Levou as arvores do capão.
E o patrão não pode fazer nada
veio um senhor de capa preta com o lei de atrás
pagando o espaço onde iam fazer a mudança
no curso do rio.
que ia tranqüilo pra um lado pra outro.
Que foi arrancando terra pra uns
e pra outros parte de minha historia
que dos potros que por ali ajeitei pra o freio
de quando era mais piá corria carreira até fim do potreiro.
Da vertente que moldou as pedras beirando o aramado
que faz divisa.
Agora miro o mesmo poente com o rio
que ainda vai tranqüilo fazendo remansos
Mas agora cruza por perto mais perto
que antes.
Que sumiu com o meu potreiro de piá
e agora fica somente em minha lembrança
de guri de galpão mirando na minha memória
de meu potreiro sem que o tempo pudesse
me acordar desse recuerdo.