SOLIDÃO CAMPESINA

É quando o sol num fim de tarde se apeia

Seus raios que num lusco fusco bruxuleiam

Se perdem pela várzea a fora fugindo da noite

Neste açoite meus olhos pelos teus já se anseiam

Nem nas duras campeireadas esqueço o cambicho

Os dias são tão curtos em cima do lombilho

As noites se alongam nos mates que encilho

E a Dálva se intromete noutro dia por capricho

Neste trote manso em que percorro o campo

Por vezes assovio ou por vezes também canto

Quando a tua lembrança vem me fazer companhia

As horas galopam encurtando a faina do dia

Tomara que o tropel da noite à porfia deste dia

Traga a lua para matear comigo em sua calmaria

E numa prosa de costado me conte em segredo

Por onde andas só assim alivia meu desassossego

Cesar Tomazzini
Enviado por Cesar Tomazzini em 15/08/2011
Reeditado em 29/08/2011
Código do texto: T3161120
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