SOLIDÃO CAMPESINA
É quando o sol num fim de tarde se apeia
Seus raios que num lusco fusco bruxuleiam
Se perdem pela várzea a fora fugindo da noite
Neste açoite meus olhos pelos teus já se anseiam
Nem nas duras campeireadas esqueço o cambicho
Os dias são tão curtos em cima do lombilho
As noites se alongam nos mates que encilho
E a Dálva se intromete noutro dia por capricho
Neste trote manso em que percorro o campo
Por vezes assovio ou por vezes também canto
Quando a tua lembrança vem me fazer companhia
As horas galopam encurtando a faina do dia
Tomara que o tropel da noite à porfia deste dia
Traga a lua para matear comigo em sua calmaria
E numa prosa de costado me conte em segredo
Por onde andas só assim alivia meu desassossego