O AMOR DO ENTREPALAVRAS
E há também um Amor que fala
no mutismo do
entrepalavras
Momentos das células adormecidas,
/em que se esperam elas
desdobrar, para mais Vida
Todas as pedras esperam as passadas
/ para ressoar
o caminho
O enrepalavras tem uma luz acesa
no disfarce noturno
há estes marfins
( A Noite passeia nos Elefantes
ao Dorso
ajaezados de estrelas
___e a poesia ___um brinco ! :
nestas Orelhas Olho
de Amor )...
Entre o florescer das sementes,
/ entre águas há
esse Amor esse ___ molhado
como o próprio lírio, lágrimas
à haste
com supremas Artes de Dizer !...
Crê
que a Vida prossegue
no meio do meio dia
o meio do meio do Sol se repartia
Afeto
No entrepalavras
numa atitude Reverente
como quem adentra o Coração,
/ Verdadeiro
Templo
todas as palavras outras soam,
as mesmas mas mais outras
como Gosto Milagroso de Paõ se
repete à Boca
e há a alimentação de todas as belas
palavras
___as tece o Sol do entrepalavras !
/ ___
e tudo soa
como uma Mão Aberta
Sempre
com dedos de raios
tecidos na fímbria infinita do Bom
/ Bom
Dizer,
licorado preciso e intenso
como um penso ao Silêncio ou os
Comprometimentos Interessados
que maculam o Puro Escuro
Seu Ponto
de Vida, prismada às planícies de
/ Mais
Luar
___Soberano.___
Augusto dos Anjos
tinha o Sentimento das Novas
/ Palavras
numa Nova Noção de Poesia-Vida
e o desejo daquela concretude
/ que faz do Poeta
uma testemunha
para ver Deus como
Criador
e a flor da Poesia fala da Flor da
/ Carne
sublimada até a concretude única
de estar Deus
Cedo Mais ou Mais Tarde
Seremos
que a nossa Vida Vir_(a)_/rá
/ ___Ser !