LONGA MADRUGADA

Num tripé ao fogo de chão

Choraminga na brasa um tronco

E da cuia ouve-se o ronco

Que se perde no galpão

Galopa a sombra do quera

Aos clarões da labareda xomica

E uma saudade se achica

Num rancho quase tapera

A madrugada fria se alonga

Que até a alma se congela

E o mate desce na goela

Suave como uma milonga

Segura o cabo da cambona

Como quem sujeita um laço

Sem fraquejar ao timbronaço

De uma paixão redomona

Amargo é o gosto da vida

Quando o tempo que se esvaia,

Emparelhando na raia,

Numa parada te envida

Nesta xucra rebeldia

De não te entregar a existência

Só as tuas reminicências

Vem te fazer companhia

Cesar Tomazzini
Enviado por Cesar Tomazzini em 23/07/2011
Reeditado em 20/11/2011
Código do texto: T3113516
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.