Duas estrelas
A min o patrão velho me regalou
duas estrelas.
Estrelas xiruas que ostento em
meus garrões.
Que me botas de potro
faço meu serviço.
Nunca puder ter mais que isso
talvez seja merecimento de vida plena.
Sempre tive que agarrar o céu com as mãos
pra ter flete bueno fiz uso da estrelas
que se arinconaram em meus garrões.
Você prenda em flor
da melena cor de ouro
sempre teve o campo e os bastos
nas mãos...
Sempre foi a filha do patrão
no mais um vivente jogado pelo mundo
a enfrenar e enfrentar potro
por pão e plata.
Me orgulho de minha raça guerreira
de topar parada nesse malinos.
Pra fazer pingos pra os domingos dos outros.
que me sobram as minhas estrelas.
Estreludas na nazarenas que choram
e as vezes milongueão pelo caminho
polvorento.