TRÊS POEMAS

RECUPERAÇÃO DA VIDA

Para recuperar Nossa Vida

precisamos colocar uma palavra repassada de Amor

e fazê-la livre veículo, retificando

nossa Saudade,

com a agulha do ímã-Amor,

ressignificando o esplendor

que toda Vida implica

Com Caminhos Recuperados

Uma Veste de Amor por todos os Lados

Um relicário de pérolas que ficam...

Fazer com que o Oceano (a Vida !) todo caiba

na Luz de uma Eterna Bica...

A que pinga amor eterno

todo sério

todo terno

e o que julgamos perdido,

Repassado de Amor,

agora é claro

transformado,

de uma só eternidade que reluz

( só o Amor o Mundo conduz !)

e fica.

SOL DE TODOS

"Aquele raio

não era pra cair

no túmulo orgulhoso, sua pedra Lapidar

Escolher logo esta

e criar, irrisão, essa frase confusa,

___ onde a letra tremida ___

sugere que a Vida se continua no Mar.

Só a Vida brilhante sem

Letra Capitular.

Onde as ondas nos levam

pra integração de todos, tudo

mas numa só Luz,

tão pura e cheia de achados

que desafia os Azuis !...

E a tradição concisa

de nossas Conchas Fechadas !..."

Intervenção Poética em "Aquele Raio " de CDA

( Carlos Drummond de Andrade ) em Reunião,

volume 2.

A Vida está sempre

se fazendo

O raio caiu no túmulo

na lápide de Família

com sua força corrosiva

eletrizou todo o Instante, abriu

pra uma letra tremida

como se faz faxina e se abrem velhas cobertas

o espaço de traço as traças

pra escrever-se mais vida

ao roerem velhos papéis

___É isso que garante a

Eternidade das Almas Azuis !...___

ao desfazerem velhas máscaras

e o drama continuar

precipitado e nu

para a Luz

e as folhas abertas para

aproveitar de todos o Sol

trazer

as outras flores

no abraço que reorganiza

as folhas em branco

O antilabirinto da Vida !...

Santo foi esse Raio,

Claro como os rios

das Gentes

e aberto para a letra

de todas as Novas Manhãs !...

CONTEMPORANEIDADES

Entrei dentro do cochilo de Homero

e vi a obra épica de Nosso Tempo

desencontro kafkiano

num Solo sem Sol

( muito embora os arames

farpados ___ e os holofotes :

Sol Frio

como o Sangue Gelado e sem

Polos !...)

Aquela barafunda organizada da Ficção

tinha fios puríssimos atados

no Eterno do Mito !...

Sol Puro quanto mais impuro e sujo

das vicissitude humanas,

asas de Sombra para o Olhar de Aprender !...

Agora

o Mito é o Nosso Presente

e o Bandoleiro ___ que não brada, mas atira

" jorros de luz na fuga do nosso dia !..."*

Estamos Mudos.

E faz Escuro, em Plena

Luz.

Homero não suspeitaria !...

____ NOTA * Citação ao Poeta Mário Faustino

em Poema que transcrevo :

LEGENDA

Mário Faustino ( 1930___1962)

No princípio

Houve treva bastante para o espírito

Mover-se livremente à flor do sol

Oculto em pleno dia.

No princípio

Houve silêncio até para escutar-se

O germinar atroz de uma desgraça

Maquinada no horror do meio-dia.

E havia no princípio,

Tão vegetal quietude, tão severa

Que se entendia a queda de uma lágrima

das frondes dos heróis de cada dia.

Havia então mais sombra em nossa via.

Menos fragor na farsa da agonia,

Mais êxtase no mito da alegria.

*Agora o bandoleiro brada e atira

Jorros de luz na fuga de meu dia ___

E mudo sou para contar-te, amigo,

O reino, a lenda, a glória desse dia.

( O Homem e Sua Hora em____

Antologia Escolar Brasileira ___organizada por Marques

Rebelo ___MEC__Rio, 1967 )

Sol do Abraço

do Sunny

Até !

Jorge Sunny
Enviado por Jorge Sunny em 23/05/2011
Código do texto: T2987799