SAUDADE DE GAÚCHO

Não é por acaso a forma de grande coração

deste Rio Grande do Sul ser a identidade.

Longe destas fronteiras a saudade matadeira

peala o gaúcho e vai encurtando a laçada

com o sentimento a lhe dizer: pega a estrada,

volta depressa, já... e de qualquer maneira.

Estar fora certo tempo de sua querência,

até em paraíso ele sofre as consequências.

É como estou agora neste momento exato,

em Aracaju, nesta Orla sergipana e constato,

que o Patrão a seu capricho um dia a pincelou

e a tecnologia do homem a complementou.

É só chegar e topa-se com gente hospitaleira,

um céu muito azul, uma brisa, vento maneiro.

Um mar aberto de ondas tal como o Cassino,

mesma cor, debrum de brancuras espumantes,

desfazendo-se numa areia tão igual e conhecida,

parece que estou em casa, na minha praia preferida.

Mas, optando andar somente pela avenida

de uma infra-estrutura de dar uma sã inveja,

onde há o lazer em várias formas e maneiras

entre arborização e jardinagem de primeira

encontra-se a vida rolando, rostos aos milhares,

os transeuntes felizes até me parecem familiares.

Há muito som e o forró vai marcando

a alegria de quem quiser temperar a vida.

O artesanato, a água de coco, os restaurantes

ao longo da larga avenida são mutantes.

Há de tudo: o típico, o simples, o elegante.

Além do caranguejo, há todo tipo de comida.

O tiro de laço da saudade já apertou a laçada

e lá vou eu, deixando aqui a promessa de volta.

Meu encontro com o frio já tem hora marcada.

Levo na lembrança beleza tanta aqui vivenciada.

Vou destrocar o canudinho e o coco geladão

pela bomba e a cuia de meu quente chimarrão!

Marcos Costa Filho
Enviado por Marcos Costa Filho em 21/05/2011
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