se larguei

Saltei tranco largo

rumo o nada.

Me perdendo a cada

passo de um potro.

Desde o rosilho que se aporreou

ao baio que ando fazendo

cavalo pra meu serviço

Me larguei na zaina...

A mesma zaina que ainda

guarda meus caminhos de madrugadas

andarilhas, no rumo que o corredor

levava sem pressa.

Olhos de mirar largo

e de pensar sobre a vida.

Vinha de uma noite de viração

em algum bolicho.

O sol na façe amorenada

e no coração um ardor de outros dias...

Mas a morena de meus olhos

que andei levando meus potros

no teu rumo.

Andei me perdendo por querer

a noite e ainda sem perceber

que meu coração...

se envaideçeu com os anos

e esqueçeu de amar...

MAS pude buscar a volta

e ver que minha zaina

sem falar, me guarda em meus rumos

de canhas de amores meus.

E por upa no andejar

com o sol pela cara reluzia na barbela

do freio, que brilhava como teus olhos

que me levam de tiro...

sem querer... mostrando que ainda

posso ter bem querer....

Ginete
Enviado por Ginete em 09/05/2011
Reeditado em 10/05/2011
Código do texto: T2960002
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