se larguei
Saltei tranco largo
rumo o nada.
Me perdendo a cada
passo de um potro.
Desde o rosilho que se aporreou
ao baio que ando fazendo
cavalo pra meu serviço
Me larguei na zaina...
A mesma zaina que ainda
guarda meus caminhos de madrugadas
andarilhas, no rumo que o corredor
levava sem pressa.
Olhos de mirar largo
e de pensar sobre a vida.
Vinha de uma noite de viração
em algum bolicho.
O sol na façe amorenada
e no coração um ardor de outros dias...
Mas a morena de meus olhos
que andei levando meus potros
no teu rumo.
Andei me perdendo por querer
a noite e ainda sem perceber
que meu coração...
se envaideçeu com os anos
e esqueçeu de amar...
MAS pude buscar a volta
e ver que minha zaina
sem falar, me guarda em meus rumos
de canhas de amores meus.
E por upa no andejar
com o sol pela cara reluzia na barbela
do freio, que brilhava como teus olhos
que me levam de tiro...
sem querer... mostrando que ainda
posso ter bem querer....