A FERRO E FOGO




Agora eu vou abrir as porteiras
Pra que se leve as casqueiras
A matungada do pago
O tostado eu encilho
E vou pro bolixo do Abílio
Pra mor de tomar um trago

Hoje é dia de domingo
Chamo na espora o pingo
Faceiro e de cola atada
Se me propuserem carreira
Eu abro a cartucheira
E topo a parada

Infreno e monto de em pêlo
Depois aliso o cabelo
Da chinoca no meu rancho
Pro mate não falta erva
Do de plancha no maleva
Que se aprochegue de carancho

Sou mui tauro e domador
Valente e peleador
Com destreza e com afinco
Pra defender minha terra
Sou temperado na guerra
De mil novecentos e trinta e cinco

E ninguém me diz que não
Já vou aplainando o facão
E entrando no jogo
Mostro a força do meu braço
Fui temperado no aço
No sistema a ferro e fogo

Hoje descanso em paz
Peguei de capataz
Na estância do fundão
Vou fechar a porteira
Esquentar a chicolateira
Pra tomar meu chimarrão.

Escrito as 07:29 hrs., de 03/04/2011 por

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 03/04/2011
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