PASTOR DE OVELHAS

Hoje enxuguei meu pranto
E dei de mão no manto
Da senhora divindade
Pra virar um pastor
De ovelhas meu senhor
E fui embora da cidade

Ascendi o meu cachimbo
Botei os cacos num chimbo
Prendi fogo nas centelhas
Galpão de capim de talo
Um belo de um cavalo
E umas duzentas ovelhas

A vida não me foi madrasta
A noite eu jogo canastra
De dia eu faço lingüiça
Por entre as barbas de bode
Ajeito bem o bigode
E do uma emparelhada na suíça

Bebo pinga de alambique
Remando no meu caíque
Pelas águas do Uruguai
Pra despairecer as mágoas
E estendo o espinhel nas águas
Pra ver se algum peixe cai

Arrastei uma chinoca
La das bandas da biboca
Pra de noite eu me entreter
Um chimarrão bem sevado
E ficar de pé espalhado
Vendo a vida acontecer.

Escrito as 07:57 hrs., de 25/01/2011 por

Vainer de AVILA
Enviado por Vainer de AVILA em 25/01/2011
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