Do alfaiate à noiva, dá-se a arte
Lápis, tinta, caneta,
pintam o branco do cetim, da renda.
Lá vai ele dando vida ao tecido.
É o preço que se paga
pelo que o bom homem ou a boa moça encomenda.
Marca, corta quadrado, recorta redondo.
Lá vai ele compondo,
àquilo que nela mais será importante.
Pacientemente, vai ele moldando
do decote mais marcante
ao detalhe que só o coração vê.
Com mão leves vai dando sentido
Ao que antes era apenas metragens de linho.
Tem ele o dom da beleza prever?
Ou mera criatividade de artista?
Enquanto pensa, continua ele a fazer
a veste branca que à elas dá prazer a vista.
Já às vésperas, feitos os retoques finais,
vão elas provar o símbolo que mais traduz o feito.
Que o artista com mãos de poeta a veste faz.
Por último, o translúcido pano as cobre a cabeça.
Que junto ao cabelo, lhes dá o charme perfeito