Calores do corpo
 
Ela estava lá. Entre tantas, estava.
Não demonstrava ainda o seu ardor,
nem, tampouco, por gestos, buscava,
saciar, desse seu corpo, o seu calor...
 
Sem esperanças. A cada novo dia,
as agruras, trapaças, tristezas e frio,
que da vida não lhe sobrava a alegria;
restava na memória, o sonho tardio...
 
Agora, na lenha da velha lareira,
as criptas de fogo, de calor irradiante,
como se tudo fosse, a vez primeira...
 
Os afagos, do nada, simplesmente,
como mãos, num desejo permanente,
saciam o corpo. Torna-se inebriante...
 
Oswaldo Genofre


(Imagem Google)
Oswaldo Genofre
Enviado por Oswaldo Genofre em 15/08/2010
Código do texto: T2439557
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