De galpão

Tem tantos galpões

Nenhum é meu...

Galpões que se perdem

E viram taperas e tafonas.

Que do embate de alma e potros

Que se guardam por dentre suas tabuas.

Que sou mais um vivente

Outros acham estranho.

Saludos e recuerdos

Que por esses galpões de campo.

Me fiz parado de redeio.

Inverno quimeras e reminiscências

De tempo e copla.

Que do potros que enfrenei

Gastei xergas e bastos.

Que tempos que se seguem

A lida por ás minha mãos

De seguir da vida.

Me vou indo de galpão em galpão

Me enfrenando pras lidas

Da vida.

E me enfreno as vez por um

Mate que espero a tarde morrer

Ou o sol despontar arrastando

Esporas pelo pampa.

Por estes galpões que me faço

Lida e potriada campo afora

Sabendo que ao longe

No portão da frente.

Sei que posso meter o cavalo

Sem refugar porta

Por ser meu galpão.

Mas sei que o patrão celeste

Me cedeu pra ficar em porfia

Até o sol se vir pra

Enfrenar potro e seguir a lida.

Ginete
Enviado por Ginete em 04/08/2010
Código do texto: T2418285
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