De galpão
Tem tantos galpões
Nenhum é meu...
Galpões que se perdem
E viram taperas e tafonas.
Que do embate de alma e potros
Que se guardam por dentre suas tabuas.
Que sou mais um vivente
Outros acham estranho.
Saludos e recuerdos
Que por esses galpões de campo.
Me fiz parado de redeio.
Inverno quimeras e reminiscências
De tempo e copla.
Que do potros que enfrenei
Gastei xergas e bastos.
Que tempos que se seguem
A lida por ás minha mãos
De seguir da vida.
Me vou indo de galpão em galpão
Me enfrenando pras lidas
Da vida.
E me enfreno as vez por um
Mate que espero a tarde morrer
Ou o sol despontar arrastando
Esporas pelo pampa.
Por estes galpões que me faço
Lida e potriada campo afora
Sabendo que ao longe
No portão da frente.
Sei que posso meter o cavalo
Sem refugar porta
Por ser meu galpão.
Mas sei que o patrão celeste
Me cedeu pra ficar em porfia
Até o sol se vir pra
Enfrenar potro e seguir a lida.